Diário de Pernambuco
- 15/08/2015
A paralisação deve gerar um prejuízo diário à sociedade de
cerca de R$ 1,5 bilhão
O despacho aduaneiro em portos, aeroportos e fronteiras
deverá parar, por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira (17), gerando
um prejuízo diário à sociedade de cerca de R$ 1,5 bilhão, nos cálculos do
Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco). O
motivo da paralisação — que o governo tentou evitar para não sofrer baixa ainda
maior na arrecadação — foi a decepção da classe com o resultado da reunião de
mais de duas horas com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do
Planejamento, Sérgio Mendonça, e o secretário da Receita, Jorge Rachid, na
tarde de ontem. O encontro chegou ao fim sem avanços em pontos considerados
fundamentais, como indenização de fronteiras (ainda não regulamentada) e
aprovação de um bônus de eficiência, com parcelas variáveis de acordo com o
atingimento de metas.
Desde o início do mês, os auditores estão indignados porque
o governo não apoiou a inclusão da categoria na Proposta de Emenda
Constitucional nº 443/2009, que beneficiou as carreiras jurídicas e vincula os
salários dos auditores a 90,25% dos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF). “Desejamos tratamento equivalente. Não houve uma proposta do
governo. Apresentaram pontos que não fazem parte das nossas prioridades, pois
não nos valorizam”, enfatizou Cláudio Damasceno, secretário-geral do Sindifisco.
Segundo fontes que participaram do encontro, o governo chegou a oferecer uma
compensação em forma de bônus ou prêmio de eficiência, apenas para os ativos,
mas a classe recusou.