quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Executivo está livre de cumprir quarentena


Valor Econômico - 27/01/2010


A colocação de executivos oriundos de estatais em empresas privadas é praxe e não tem proibição legal, exceto quando se trata de ex-ministros de Estado e ex-dirigentes de agências reguladoras. A quarentena é imposta para evitar transferência de informações confidenciais que têm repercussão econômica. A Eletrobrás, por exemplo, é uma empresa de economia mista e seus executivos não estão sujeitos a essa quarentena, observou o presidente da estatal, José Antonio Muniz Lopes. Ele explicou ainda que a área hoje comandada por Flávio Decat não tem informações sobre os projetos da Eletrobrás, que são analisados pela diretoria de Engenharia, ocupada por Valter Cardeal.

Os exemplos de transição de ex-funcionários públicos para o setor privado são muitos. Aloísio Vasconcellos, que presidiu a Eletrobrás entre agosto de 2005 e janeiro de 2007, em seguida foi nomeado executivo-chefe da francesa Alstom, grande fabricante de equipamentos inclusive turbinas para as grandes hidrelétricas. Vasconcelos foi inclusive arrolado em um processo pelo Ministério Público no rastro de uma investigação do Ministério Público da Suíça sobre o pagamento, pela Alstom, de "comissões" a políticos brasileiros.

A mesma Alstom teve outro ex-presidente da Eletrobrás na sua presidência. Entre 2000 e 2006 a subsidiária brasileira foi comandada por José Luiz Alquéres, que tinha deixado a presidência da Eletrobrás em 1994.

Outro exemplo é de Mario Santos, que após 43 anos trabalhando no setor, os últimos sete deles como diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), um ente de direito privado, tornou-se presidente do conselho de administração da espanhola Endesa Brasil.

"A saída de um ente público para o setor privado é uma prática contumaz, não é anormal. E se a decisão sobre ter quarentena ou não cabe à Eletrobrás", afirma o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora. (CS)


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra