Vinicius Sassine
Correio Braziliense
- 21/12/2011
Aposentados não terão reajuste acima da inflação
Governo reafirma: o Orçamento só será aprovado se não forem
incluídos aumentos para ativos e inativos. O texto será votado hoje
Às vésperas da votação do Orçamento, emissários do Planalto
visitam parlamentares e cobram que aumentos reais fiquem fora do projeto.
Servidores também serão afetados
A tropa de choque da presidente Dilma Rousseff foi a campo
ontem para garantir que o Orçamento da União de 2012 permaneça sem reajustes
reais a servidores públicos e aposentados. Os ministros que atuam no Palácio do
Planalto deixaram seus gabinetes para defender que o Orçamento seja aprovado
pelo Congresso somente caso os aumentos fiquem fora da proposta.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, encontrou-se com representantes dos aposentados no Ministério da
Previdência. O recado foi claro: estão descartados, por iniciativa do
Executivo, aumentos acima da inflação para aposentados e pensionistas que
recebem mais de um salário mínimo. "A voz do governo é que, no momento,
não há como assumir esse compromisso", disse Carvalho. O ministro da
Previdência, Garibaldi Alves Filho, também esteve com os aposentados.
No Congresso, a ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, ressaltou que Dilma "quer terminar o ano com o Orçamento
votado". "Mas reajustes ou qualquer situação que crie dificuldades
para enfrentar a crise econômica não são apoiados pelo governo", reforçou
a ministra.
Judiciário
O relatório geral do Orçamento da União de 2012 excluiu os
reajustes aos servidores e aos aposentados. Servidores do Judiciário e os
próprios magistrados são os que mais pressionam por aumento salarial. O texto
elaborado pelo relator geral, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), deve ser
votado hoje na Comissão Mista de Orçamento. O relatório ainda não está fechado
e pode ser alterado por emendas que incluam os reajustes dos salários.
Deputados do DEM e do PSDB já deram o recado a Chinaglia de que proporão
destaques ao relatório, com essa intenção.
Se o texto for aprovado na comissão, seguirá amanhã para
votação no plenário do Congresso. "As negociações sobre aumentos salariais
no Orçamento de 2012 estão paradas. Diminuíram as forças afirmativas no
Congresso sobre esse assunto", afirma o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB),
presidente da Comissão Mista de Orçamento.