Lucas Marchesini
Valor Econômico -
15/08/2012
Brasília - O secretário de Relações do Trabalho no Serviço
Público, Sérgio Mendonça, adiou ontem duas reuniões que tinha agendado no dia
anterior para apresentar as respostas do governo a algumas das reivindicações
dos servidores. A justificativa que apresentou, segundo os líderes sindicais, é
que ele ainda não tinha uma proposta, pois o governo não fechou "uma
resposta global aos servidores".
Pela manhã, Mendonça remarcou para sexta-feira um encontro
com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). A
Condsef esperava uma resposta de Mendonça sobre carreiras específicas, como
arquitetos e engenheiros.
À tarde, o secretário adiou uma reunião com os
representantes dos funcionários do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Revoltados
com a falta de resposta do governo a suas reivindicações, dirigentes sindicais
e servidores ocuparam a sala de reunião da secretaria.
Os manifestantes somente desocuparam a sala por volta das 19
horas de ontem. Um novo encontro entre os servidores do MDA, do Incra e o
governo foi marcado para segunda-feira. Por causa da invasão, outra reunião,
com representantes dos técnicos-administrativos das universidades públicas, não
pode ser realizada. O encontro foi remarcado para hoje.
Mendonça disse que a expectativa é que os números do
Orçamento de 2013 sejam fechados nesta semana. Dessa forma, "as
negociações continuarão semana que vem", porque, acrescentou,
"qualquer movimento em relação a uma categoria tem que levar em conta o
conjunto dos servidores".
Os delegados da Polícia Federal anunciaram que vão paralisar
as atividades hoje, por 24 horas, para "cobrar do governo" uma
posição para as reivindicações da corporação. A categoria pede reajuste
salarial de 30%, realização de concurso público e reestruturação da carreira.
Os delegados fizeram ato semelhante no dia 4 de julho.
Os auditores da Receita Federal decidem hoje se realizam uma
paralisação de 48 horas nas zonas não aduaneiras, nos dias 23 e 24. A decisão
só será divulgada no fim de semana, já que uma resolução depende de assembleias
em todos os Estados. Está prevista para hoje também uma marcha dos servidores
pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A última edição dessa marcha, no
fim de julho, reuniu 10 mil pessoas.