Vera Batista
Correio Braziliense
- 23/04/2013
Sem fechar acordo salarial com o governo em 2012, os
policiais federais já se preparam para uma eventual paralisação. Alegam que a
equipe da presidente Dilma Rousseff os trata com descaso e de forma
diferenciada em relação às demais carreiras típicas de Estado. Por isso,
agentes, escrivães e papiloscopistas (EPAs) aprovaram, na última semana, por
unanimidade, a criação de um fundo de greve, que já conta com mais de R$ 1,3
milhão. Os recursos, provenientes de vitórias em antigas ações judiciais, são
para custear desembolsos emergenciais de salários, aposentadorias e viagens.
Não está descartada a hipótese de eles cruzarem os braços antes do início da
Copa das Confederações, que acontecerá entre 15 e 30 de junho.
O presidente da Federação Nacional do Policiais Federais
(Fenapef), Jones Leal, contou que a ideia de reunir reservas financeiras surgiu
após a percepção de que o Executivo estimula a evasão de policiais, ao cortar
investimentos e passar competências da corporação a outras instituições. O que
acontecerá daqui para frente, disse ele, vai depender do cumprimentos de
antigas promessas e do rumo que as conversas com o Ministério do Planejamento
vão tomar. “Não é nossa intenção colocar o governo contra a parede. Mas, se
houver desgaste nas negociações, será difícil segurar a base”, assinalou.
Embate
O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Reguladoras
(Sinagências) também ameaça desencadear nova greve. “Se nada mudar até fim de
maio, estamos preparados para mais um embate”, ressaltou o presidente João
Maria Medeiros. “Precisamos trabalhar 15 anos para ganhar o que um funcionário
do Banco Central recebe em início de carreira, e sem o menor apoio.” Ele teme
que os trabalhadores levem a culpa pela falta de infraestrutura em projetos da
União que envolvem a categoria.
Os fiscais agropecuários, além dos baixos salários, reclamam
do uso político da Secretaria de Defesa Agropecuária pelo governo, que está
tentando atrair pessoas da iniciativa privada para projetos. “Trata-se de uma
secretaria técnica, normalmente preenchida por quadros da casa. Sem contar que
passamos por um processo de sucateamento. Precisamos de, pelo menos, mais 600
pessoas, mas o Planejamento só autorizou concurso para 172 vagas”, destacou
Wilson Roberto de Sá, presidente do sindicato da categoria. O Ministério do
Planejamento, por meio da assessoria de imprensa, informou que “as
reivindicações estão sendo negociadas, mas não há rigorosamente nada definido”.
Protesto por nomeações
Um grupo de 30 selecionados no concurso do Banco do Brasil
de março do ano passado protestou ontem contra a demora nas nomeações. O ato
aconteceu em frente à agência bancária da quadra 504 da Asa Norte. Segundo a
Comissão dos Aprovados do Banco do Brasil 2012, dos 2.558 aprovados no certame,
apenas 294 pessoas já foram convocadas no Distrito Federal. Os manifestantes
reclamam da falta de transparência no processo seletivo. De acordo com eles, o
BB disse que a demanda vem conforme a necessidade de novos servidores. Mas o
Sindicato dos Bancários de Brasília teria dito às lideranças do movimento que
de três a cinco colaboradores deixam a instituição financeira por dia. Um novo
protesto está marcado para a próxima sexta-feira, no Setor Bancário Sul.
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