Diogo Martins
Valor Econômico - 29/05/2014
Rio - Os órgãos públicos, apesar de representarem somente
0,4% das empresas e outras organizações formais existentes no país em 2012,
absorveram e pagaram 29,8% dos salários e outras remunerações naquele ano,
conforme apontou o Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado ontem pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa mostra ainda que o setor público pagou os
salários médios mensais mais elevados (R$ 2.723,29), seguidos das entidades sem
fins lucrativos (R$ 1.842,09).
As instituições públicas responderam por 17,2% do pessoal
ocupado total e 19,9% do pessoal ocupado assalariado em 2012.
Já as empresas, que representavam 89% do universo de
organizações, empregavam 76,3% do pessoal ocupado total, 73,4% do pessoal
ocupado assalariado e 63,9% dos salários.
De acordo o Cempre, foram contabilizadas no total 5,2
milhões de empresas e outras organizações formais no país em 2012, indicando
alta de 1,3% frente ao ano anterior.
Os salários médios das mulheres tiveram crescimento real
acima do dos homens em 2012. Mesmo assim, a discrepância salarial entre os
gêneros continua grande, favorável aos homens. Enquanto os salários das mulheres,
entre 2011 e 2012, tiveram crescimento real de 2,4%, para 1.697,30, os dos
homens subiram 2%, chegando a R$ 2.126,67.
As diferenças também são significativas por nível de
escolaridade. O pessoal assalariado com nível superior recebeu, em média, R$ 4.405,55,
enquanto o pessoal sem nível superior teve rendimento de R$ 1.398,74, uma
diferença de 215%. Ao todo, 82,3% do pessoal assalariado não tinham nível
superior e 17,7% possuíam. O pessoal assalariado com nível superior cresceu
6,0%, enquanto o pessoal assalariado sem nível superior teve alta de 1,6%.
De 2008 a 2012, segundo o IBGE, o total de salários e outras
remunerações pagas pelas empresas brasileiras acumulou crescimento real de
35,3%. Tomando-se apenas o salário médio mensal, houve aumento real de 10,1%
nesse período.