Metrópoles - 01/08/2018
A quatro dias da convenção da Rede, presidenciável concede
entrevista nessa terça-feira (31/7) à GloboNews
A presidenciável Marina Silva, da Rede, disse, em entrevista
à GloboNews nessa terça-feira (31/7), que é contra privilégios na discussão
sobre o orçamento da União e o salário do funcionalismo. “O servidor público
também tem que fazer sacrifício”, disse.
No mesmo contexto, a pré-candidata defendeu uma reforma na
Previdência Social. “Vamos ter mais pessoas idosas que pessoas trabalhando.
Temos a questão da longevidade também. E tem um problema de estruturação
produtiva, além de um déficit fiscal e público. Temos que enfrentar o
problema”.
Antes, Marina respondeu uma pergunta sobre o fato de ter
apoiado o candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, no segundo turno da
eleição de 2014. “Apoiei o Aécio com as
informações que eu tinha. Foi o que eu fiz. Ele disse que manteria o Bolsa
Família, o Minha Casa Minha Vida. Naquele caso, foi assim. Se fosse hoje, com
as investigação correndo, com as informações atuais, eu não faria. Eu fico
muito tranquila em relação a isso”, afirmou.
A pré-candidata também falou sobre segurança pública.
“Violência está em toda parte. Há abertura para um plano nacional de segurança
pública. Vemos um debate de cada um por si. Discurso altamente arrojado e
depois você que se vire com uma arma na mão”, disse Marina.
“Precisamos pensar no sistema e trabalhar para que os
policiais sejam formados adequadamente. É justiça econômica, justiça social,
criar oportunidades. Os jovens não têm oportunidades”, acrescentou.
Marina Silva é a segunda presidenciável entrevistada nesta
semana pela Globonews. Na segunda-feira (30), os jornalistas da emissora
sabatinaram o senador Álvaro Dias (Podemos). Terceira colocada nas duas últimas
eleições para o Palácio do Planalto, ela se apresenta em 2018 como alternativa
aos grandes partidos que dominaram a política brasileira desde a
redemocratização.
Na pesquisa do Instituto Paraná divulgada nessa terça-feira
(31/7), sem a presença do petista Luiz Inácio Lula da Silva na cédula, a
presidenciável da Rede aparece na segunda posição, com 14,4% das intenções de
voto, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), que tem 23,6%.
Em um cenário com Lula entre os concorrentes, Marina obtém
9,2% das preferências dos eleitores e cai para a terceira posição. Nessa
hipótese, o petista alcança 29% e Bolsonaro 21,8%.
A quatro dias da convenção da Rede que homologará seu nome
para a disputa pelo Planalto, Marina Silva não formalizou alianças com outros
partidos nem anunciou o candidato a vice. Caso o nome seja da Rede, os mais
cotados são o economista Ricardo Paes de Barros, o presidente do Flamengo,
Eduardo Bandeira de Melo, ou o deputado Miro Teixeira (RJ).
Mesmo sem fechar alianças, outros partidos indicaram
possíveis candidatos a vice. O Pros apresentou como opção o ex-deputado
Maurício Rands (PE) e o PHS indicou o ex-procurador-geral de Justiça de Minas
Gerais Castellar Modesto Guimarães. No PV, desponta o nome do ex-deputado
Eduardo Jorge (SP), candidato a presidente pelos verdes em 2014.
Nas últimas semanas, a coordenação da campanha teve reuniões
com PV, PMN, PHS e Pros, mas até a noite dessa terça-feira (31/7) nenhum acordo
foi tornado público.
Com poucos segundos no horário eleitoral gratuito, a
presidenciável também dispõe de parcos recursos do Fundo Partidário, “zero
vírgula quase nada”, segundo definição da própria Marina.
Por Eumano Silva