BSPF - 15/09/2018
Indicação é de pesquisa sobre a Lava Jato, eleita como a
melhor dentre as 29 submetidas a seminário internacional
Ao analisar as relações e as redes entre os réus denunciados
pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava Jato, os pesquisadores
Pedro Beraldo e Fernando Fernandes Fagundes identificaram que os agentes que
possuíam cargos eletivos ou comissionados tiveram um papel central na formação,
influência e na estruturação da rede dos investigados.
Isso, segundo eles, pode ser um indicativo de que estes
servidores comissionados ou com cargos eletivos são mais propensos a serem
cooptados por redes de corrupção, comparados aos servidores efetivos.
A pesquisa Lava Jato: Uma rede de corrupção complexa e o
papel do agente público foi escolhida como a melhor entre as 29 submetidas no I
Seminário Internacional “Gestão do Estado e políticas públicas: desafios para o
controle da corrupção”, organizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
“Recebemos uma produção científica de alto nível, de
diferentes áreas de conhecimento, de diferentes centros do país, que revelaram
o potencial que a pesquisa no Brasil tem para contribuir no direcionamento e
solução dos problemas nacionais”, avalia o promotor de Justiça Fabio Bechara,
professor do Mackenzie e um dos organizadores do seminário.
Para chegar à conclusão sobre as relações entre os réus
denunciados na Lava Jato, Beraldo, que é estudante de Sistemas de Informação da
EACH/USP, e Fernandes, professor do Núcleo Interdisciplinar de Sistemas
Complexos da EACH/USP, compararam as informações dos processos e delações com a
de diários oficiais para identificar qual o tipo de cargos – comissionados ou
não – que os réus ocupavam.
Então, uma matriz de relação foi construída e resultou em
uma rede de relacionamentos, onde cada nó é um réu envolvido e cada aresta
representa uma ligação entre dois réus. Na rede abaixo, as...