Metrópoles - 10/08/2019
Relator do projeto, o deputado Vinícius Carvalho sinalizou
para a manutenção dos reajustes e gratificações concedidos à carreira
Relator de um projeto que já foi classificado de “abacaxi”
por correligionários do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o deputado Vinícius
Carvalho (PRB-SP) admitiu em entrevista ao “Estadão/Broadcast” que “tudo é
possível” na tramitação da proposta que aperta as regras de aposentadoria das
Forças Armadas e sinaliza para a manutenção dos reajustes e gratificações
concedidos à carreira.
Ele evita se comprometer com a manutenção de uma economia
líquida de pelo menos R$ 10,45 bilhões em uma década — valor que sobra da
reforma após descontar o impacto dos aumentos para os militares — e reconhece a
chance de flexibilizações, a depender das negociações com líderes.
A proposta dos militares foi enviada em março, um mês após o
governo apresentar a reforma da Previdência que atinge INSS e servidores
federais civis. A medida significou o cumprimento da promessa de que os
militares também seriam atingidos. Por outro lado, desagradou ao Congresso por
impor sacrifícios mais brandos (como o pedágio, exigência de tempo a mais que
precisa trabalhar, de 17% sobre o tempo que falta para a aposentadoria, contra
adicionais de 50% a 100% no caso dos civis) e contemplar uma única categoria
com reajustes e gratificações que chegam a 73% do soldo.
À época, o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO),
chamou o projeto de “abacaxi” enviado por Bolsonaro.
Quase cinco meses depois, Carvalho entende que a resistência
inicial à reestruturação da carreira dos militares se dissipou. Ele defende a
discussão dos temas em conjunto e afirma que não há como dissociá-los. “Não
vejo ânimo de se fazer alteração”, diz. Quando se trata de defender as
benesses, porém, ele joga a responsabilidade para o Executivo. Em tempos de
desemprego elevado e de ausência de aumento real no salário mínimo ou reajustes
para outras carreiras, ele afirma que cabe ao governo se justificar com a...
Leia a íntegra em Economia com Previdência dos militares pode não ser de R$ 10,4 bi