BSPF - 04/09/2019
Enquanto era lançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa do
Serviço Público, na Câmara dos Deputados, ontem, o governo divulgava a
possibilidade de acabar com a estabilidade do funcionalismo
Para os servidores, não foi apenas uma coincidência. “Não
somos contra o aprimoramento da máquina pública. Mas é preciso ressaltar que a
estabilidade é um instrumento de defesa do Estado, que precisa de estruturas
estáveis. Temos serviços como saúde, educação, segurança e diplomacia, feitos
por concursados qualificados. Se não fosse a estabilidade, esses cargos
acabariam somente nas mãos dos amigos, parentes e protegidos. Principalmente
nos municípios, é fundamental que o prefeito que entra, por exemplo, não possa
retirar os concursados com experiência. de quatro em quatro anos, para colocar
os indicados ou milicianos”, destacou Rudinei Marques, presidente do Fórum
Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate).
Diante de tantas medidas que tentam desestruturar o serviço
público, segundo Marques, todas as categorias estão atentas e aguardando que
cada promessa da nova gestão seja colocada em prática. “Vamos aguardar como
será essa nova PEC contra a estabilidade para traçarmos as estratégias. A
Frente Parlamentar veio para isso. Para colocar luz sobre as
irresponsabilidades, e combate-las. A gestão de pessoal desse governo está
sendo com o fígado. Não com o cérebro”, destacou Marques.
Na análise de Sergio Ronaldo da Silva, secretário-geral da
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público (Condsef), nenhuma
notícia ruim surpreende os servidores. “Para quem não desceu do palanque, botar
o servidor contra a parede é fácil”, ironizou. Segundo ele, retirar a
estabilidade não tratará mais eficiência, credibilidade ou melhoria para a
população. “Até porque há mecanismos para demitir os maus servidores. Cerca de
500 já foram dispensados por envolvimento em coisas que não são próprias da
carreira”, afirmou Silva.
Ele defende a estabilidade para todos, sem exceção. “Todos
que fazem concurso, estão fazendo atividade de Estado para a população, seja
qual for o setor ou as atribuições. Se não fosse assim, não precisaria de
seleção”, acrescentou Sérgio Ronaldo da Silva. Ele lembrou que a Frente
Parlamentar já teve início com o apoio de 235 deputados e senadores e a
tendência é aumentar esse número. “Como todas essas mudanças que estão sendo
lançadas, sem debate com o funcionalismo, têm que passar pelo Congresso, não é de
estranhar que esse apoio esteja incomodando”, afirmou o secretário-geral da
Condsef.
Fonte: Blog do Servidor