BSPF - 20/04/2015
Os servidores públicos que são removidos para sede em novo
endereço, a pedido, não têm direito a ajuda de custo. Este é o novo
entendimento das turmas recursais da Justiça Federal no Distrito Federal,
confirmado em duas ações em que a Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu que o
benefício é devido somente quando a transferência ocorre por interesse da
administração.
Até as duas decisões recentes que favorecem a economia aos
cofres da União, servidores dos três poderes haviam conseguido receber a
indenização, equivalente a um mês de salário do servidor, sem descontos. O
benefício havia sido pleiteado na Justiça por funcionários públicos que foram
transferidos após a abertura de vagas em sedes de outras cidades.
Para conseguir a mudança no entendimento, a
Procuradoria-Regional da União na 1ª Região (PRU1), unidade da AGU que atuou no
caso, alegou que a Lei nº 8.112/90 (Estatuto do Servidor) prevê que o direito à
ajuda de custo só existe quando a mudança ocorre em benefício do interesse
público. "Por sua vez, nos casos em que o servidor pede a remoção,
configura-se o interesse particular, ainda que tenha atendido a vaga aberta e
disponibilizada pela própria administração", explica o advogado da União
Rodrigo Pimentel de Carvalho.
As duas sentenças que firmaram a mudança de paradigma
ressaltaram que a tese está pacificada no Superior Tribunal de Justiça (STJ),
segundo a qual a oferta de vagas pela administração pública tem por objetivo
"racionalizar os interesses particulares dos servidores". Por conta
disso, explica o STJ, não há como falar em interesse de serviço.
De acordo com a procuradoria, a tendência, agora é que os
demais julgamentos que envolvam casos semelhantes sigam o mesmo entendimento. A
PRU1 planeja, inclusive, recorrer de decisões anteriores que concederam o
benefício indevidamente.
A PRU1 é unidade da Procuradoria-Geral da União, órgão da
AGU.
Ref.: Processos nº 0040196-12.2012.4.01.3400 e
0052992-98.2013.4.01.3400 - Turma Recursal do DF.
Fonte: AGU