terça-feira, 6 de julho de 2010

Reajuste em agosto



Jornal de Brasília - 06/07/2010

Aumento é até 29,53%, mas terá impacto menor devido ao corte da URP.

Professores e servidores técnico- administrativos das universidades federais terão um reforço no próximo contracheque. Os salários-base dos técnicos serão reajustados de 16,49% a 29,53%. Para os docentes, o aumento incide sobre a Retribuição por Titulação da Carreira do Magistério Superior, chegando a 143,52%, e sobre a Gratificação Específica do Magistério Superior, com variação até 14%. O percentual depende do nível e da classe que cada
servidor ocupa na estrutura do plano de carreira. “O reajuste está garantido para o salário de 1º de agosto”, confirma o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior.
O aumento salarial faz parte de um acordo assinado em 2007 entre a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) e o Governo Federal. Para os técnicos da UnB, no entanto, o reajuste não terá o efeito esperado. A determinação do
Ministério do Planejamento de cortar 26,05% dos salários da categoria fará com que o aumento represente, no máximo, a reposição do corte. O aumento previsto para um servidor que recebe o menor salário da carreira, por exemplo, não alcança a perda da URP. O vencimento desse servidor, que é hoje de R$ 888,16, passará a ser de R$ 1.034,59 a partir de 1º de agosto. Sem o reajuste e com a URP o salário era de R$ 1.119,52. Ou seja, mesmo com o aumento esperado há três anos, o salário final ainda será menor. Se tivesse o aumento e a URP, a remuneração seria de R$ 1.304,10, já que a URP incide sobre o salário-base. Estão nessa categoria os servidores de níveis fundamental e médio, para os quais o percentual de acréscimo foi de 16,49%. “O reajuste não tem relação com a URP. Não se trata de reposição, mas de um aumento garantido há três anos e que é esperado pela categoria”, diz Antônio Guedes, coordenador-geral do Sindicato dos
Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub).



GANHO


Os únicos casos em que o reajuste representará algum ganho mesmo sem a URP são aqueles em que o aumento é de 29,53% sobre o vencimento básico. Enquadram-se neste perfil os servidores de nível superior com mestrado e doutorado, aqueles cujos salários-base ultrapassam R$ 2.989,33, chegando a R$ 5.650. Em greve há mais de cem dias, os servidores técnicos aguardam o resultado de um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que a decisão assegure o pagamento da URP até que o caso seja julgado definitivamente, tal qual ocorreu com os professores. Os professores tiveram o pagamento da URP garantido por liminar da ministra Cármen Lúcia. O corte da URP foi determinado pelo
Ministério doPlanejamento em março deste ano. Entre os docentes, o maior aumento saíra para os de nível 4 com carga de 20 horas semanais e representará R$ 193,51 a mais, considerando- se a soma dos dois reajustes, um sobre a Retribuição por Titulação da Carreira do Magistério Superior (RT) e sobre a Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas). Na RT, o aumento é de 143,52%, de R$ 63,88 para R$ 155,56. E só a Gemas passará de R$ 973,33 para R$ 1.075,16 (mais 10,46%).


SAIBA +


O acordo que resultou no reajuste foi incluído por medida provisória na Lei 11.091 de 2005, no caso dos
servidores técnicos. Para os professores, o aumento foi garantido pela Lei 11.344 de 2006. A negociação encerrou a greve das instituições federais de ensino superior que durou quase cem dias. O aumento foi dividido em três parcelas anuais, a primeira paga em 2008. O reajuste que será computado em 1º de agosto equivale à última e maior parcela.



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra