Paulo Saldaña
O Estado de S. Paulo
- 18/06/2012
Reunião aconteceria nesta terça-feira, com representantes
sindicais
O governo federal voltou atrás e desmarcou a reunião que
aconteceria nesta terça-feira, dia 19, com representantes sindicais das
universidades federais que estão em greve. O Ministério do Planejamento, que
toca as negociações, apresentaria um esboço da proposta do plano de carreira
dos docentes federais, principal reivindicação dos grevistas.
A paralisação completou um mês neste domingo e já atinge 54
universidades e institutos federais. O movimento tende a crescer ainda mais
porque a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) mantém indicativo de greve e a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deve decidir pela paralisação ainda
hoje.
O governo havia convocado na semana passada uma reunião com
os sindicatos, na terça-feira, dia 12. No encontro, pediu uma trégua de 20
dias, mas a categoria recusou interromper o movimento sem ouvir uma proposta
clara. A reunião de amanhã foi marcada naquela data e deveria, enfim,
apresentar a proposta do governo.
O Ministério do Planejamento confirmou o adiamento, mas não
detalhou os motivos - o que deve,
segundo a pasta, fazer ainda hoje. Ainda não há data para novo encontro.
Um dos sindicatos envolvidos nas negociações, a Proifes,
informou que a pasta argumentou que, em
função da RIO+20, não seria possível para o Ministério do Planejamento
apresentar uma proposta efetiva amanhã. Sindicalistas ouvidos pela reportagem
criticam que, na verdade, o Ministério não tem uma proposta concreta sobre o
plano de carreira.
Na terça passada, o Ministério pediu somente a trégua ao se
encontrarem com os sindicalistas. Após a negativa deles em parar a greve, os
representantes da pasta se retiraram da sala por 20 minutos e depois voltaram
com a ideia de que a proposta seguiria a linha adotado no plano de carreria do
Ministério da Ciência e Tecnologia. Nem ao menos essa linha agradou os
grevistas, que a chamam de improvisada e incompleta.