Agência Brasil
- 24/06/2014
A greve dos professores e técnicos administrativos de
institutos de educação, universidades federais e do Colégio Pedro II, no Rio de
Janeiro, deverá ser mantida, pelo menos, até o próximo final de semana,
informou hoje (24) o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), que lidera a paralisação. No
sábado (28) e no domingo (29), ocorrerão plenárias quando será decidido pela
continuidade ou o fim da greve.
Os docentes e os funcionários de 163 instituições em 19
estados estão em greve há mais de 60 dias. Uma liminar do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) determinou, no dia 17 de junho, que os profissionais voltassem ao
trabalho, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia. O entendimento da Justiça foi baseado em um
acordo para reestruturação remuneratória firmado em 2012 entre o governo e os
servidores públicos federais, o que não é reconhecido pelo Sinasefe, que
atualmente representa a categoria.
O acordo sobre o qual a Justiça se baseia estabelece que os
trabalhadores não poderiam fazer greve até março de 2015. O entendimento do STJ
foi o de que os grevistas são servidores públicos, o que agrega
responsabilidades que devem ser atendidas.
Nesta terça-feira, o Sinasefe irá recorrer ao STJ pedindo
que a liminar que obriga os profissionais a voltarem ao trabalho seja
derrubada. Hoje, termina o prazo para o recurso.
Conforme informou o sindicato, diversas reitorias convocaram
professores e técnicos para voltar ao trabalho desde a última terça-feira, o
que foi entendido pelo movimento como uma violação do direito à greve. Por
isso, a expectativa do sindicato é que a paralisação seja mantida. Para a
próxima semana, a categoria deve organizar atos públicos, caravanas a Brasília,
fechamento de ruas e ocupação de institutos de ensino.
No caso dos técnicos administrativos, a greve foi motivada,
segundo os profissionais, pelo descumprimento de um acordo de 2012 em que o
governo se propôs a fazer um redimensionamento do corpo de funcionários; a
racionalização de antigos cargos; o reposicionamento de aposentados; a
democratização dos cargos nas instituições de ensino e uma análise das
terceirizações.
No caso dos docentes, eles pedem a reestruturação da
carreira, a reposição de perdas salariais com a inflação e entre outras
demandas.