Agência Brasil
- 25/06/2015
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão apresentou
a 49 entidades classistas a primeira proposta de reajuste salarial para os
servidores do Poder Executivo. O governo ofereceu 21,3%, divididos em parcelas
de 5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Para os servidores,
a proposta está aquém do ajuste pedido, linear de 27,3%.
"Acho que a proposta é bastante razoável. Usamos
projeções que não são do governo, são do mercado, e trouxemos a proposta em um
contexto, que esperamos provisoriamente, muito desfavorável de aumento de
desemprego, queda de salário no setor privado", disse o secretário de
Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, que esteve reunido com representantes
das entidades.
"Trazer essa proposta em parâmetros de mercado é
defensável. Não posso dizer se vamos adiante dela, vamos esperar o que as
entidades vão conversar", acrescentou. Uma nova reunião está marcada para
o dia 7 de julho.
Entre as entidades que estiveram com o secretário está a
Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em
Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Os servidores da
Fasubra estão em greve desde o dia 28 de maio. "Para nós, significa perder
até o final dessa década", disse o coordenador-geral da federação, Rogério
Marzola. "Vamos propor para a categoria, mas com certeza ela não vai
aceitar. Estamos com perda de 27%, e o governo nos propõe esquecer isso."
A proposta faz parte de uma rodada de reuniões para definir
os reajustes de 2016 a 2019. O último acordo foi feito em 2012 e vigorou até
este ano. Segundo o ministério, a expectativa é que a negociações terminem até
o fim de julho. As reuniões começaram em março.
Na proposta, o governo usou as expectativas de inflação do
boletim Focus. Segundo o secretário, as porcentagens não são indexadas, ou seja
não variam, caso variem as projeções. Com isso, o governo mantém nos próximos
anos o gasto com pessoal constante, equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto
(PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país).
Segundo o governo, esse é o ponto de partida para discutir
também os benefícios, como auxílio-creche, auxílio-alimentação e
auxílio-médico. "É um pacote, o governo não consegue se mover sem fazer
todas as contas, os impactos e o que isso significa", disse o secretário.
"Não dá para ignorar que [o pagamento aos servidores] é parte da
estratégia macroeconômica fiscal e de combate à inflação que a política econômica
está usando. Não podemos perder o controle fiscal e não podemos perder o
controle dos pagamentos."