segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Além de reajuste menor que inflação médica, Geap segue refinanciando débitos


BSPF     -     04/02/2019




Acordo entre plano de autogestão e entidades representativas de servidores garante 9,76%, menor percentual dos últimos anos. Entidades querem negociar agora equiparação da contrapartida entre servidores e governo para todos os planos de autogestão

O Conselho de Administração (Conad) da Geap votou e aprovou a proposta de reajuste de 9,76% para os planos de saúde da operadora. O valor é o menor percentual praticado nos últimos anos e está abaixo da inflação médica. Foi aprovada também a prorrogação da proposta de refinanciamento de débitos contraídos por servidores usuários. Os interessados em renegociar não terão que pagar entrada de 10%, além de extensão da data de apuração. Antes estava prevista para abril e passou para setembro de 2018.

Uma mesa permanente de negociação será instalada para continuar discutindo e negociando melhorias com as entidades representativas dos servidores. Além da Condsef/Fenadsef, Fenasps, CNTSS, Anffa e Sinait que integraram todo esse processo de negociação, devem participar da mesa permanente representantes de associações e sindicatos nacionais. Um dos objetivos é debater índices de composição a serem considerados para fixação de reajustes futuros, discussão da melhoria da Rede Credenciada pela Geap e outros temas de interesse dos associados e dependentes do plano.

Valor do reajuste

Para chegar ao menor percentual de reajuste dos últimos anos, uma equipe técnica realizou um detalhado e minucioso estudo atuarial, a partir das projeções de despesas para o ano de 2019. Isso só foi possível graças ao trabalho realizado de forma conjunta, entre conselhos e diretoria da Geap, ao lado dos servidores públicos representados por suas entidades, entre elas a Condsef/Fenadsef.

O valor da mensalidade leva em consideração diversos fatores. Entre eles está o aumento expressivo das despesas médico-hospitalares e odontológicas em decorrência da inflação médica, que tem sido bem maior do que a indicada pelo índice oficial de inflação (IPCA). Afeta ainda esse valor a ampliação do rol mínimo de procedimentos obrigatórios, a frequência de utilização das coberturas e liminares judiciais.

“Para garantir um menor percentual de reajuste, a direção da Geap iniciou uma forte redução de custos. Estamos adotando medidas de austeridade para um atendimento de qualidade, sem comprometer o equilíbrio econômico-financeiro da empresa”, destacou o diretor-executivo do plano, Leopoldo Jorge Alves Neto. “Além das atividades diversificadas de estímulo ao autocuidado e ao bem-estar para cada fase da vida, os planos da Geap renovam o compromisso de cobrir vários procedimentos médicos e odontológicos sem cobrança de coparticipação”, assinalou em nota.

Fator 'ações'

A continuidade das ações judiciais em curso, com ou sem deferimento de liminar, poderia acarretar um reajuste linear e geral superior 19% sobre a tabela vigente. Com a proposta das entidades de desistir das ações, o reajuste pode ser reduzido. A proposta aceita pelo conselho viabilizou um índice de reajuste aprovado pelo Conad- Geap através da resolução 342/18 que passou a vigorar a partir de 1o de fevereiro de 2019. 

O conselho votou ainda que as entidades que tiverem ações sem liminares e desistirem dessas ações terão isenção do pagamento de sucumbências. As entidades terão até meados de fevereiro para celebrar acordo para extinção dos processos judiciais em tramitação. Caso alguma dessas entidades tenha diferenças apuradas de liminares que tenham caído de qualquer das resoluções do Conad referente ao custeio a quitação das mesmas.

Igualdade em contrapartida

As entidades agora estão concentradas em apresentar para o governo uma pauta da campanha salarial de 2019 solicitando a equiparação da contrapartida entre servidores e governo em 50%-50% de todos os planos de autogestão, incluindo Geap, Capsaúde e outros. Hoje servidores arcam em média com 80% do valor das mensalidades dos planos de autogestão. "Queremos tornar essa relação de forças justa", defende Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef.

Fonte: Condsef/Fenadsef


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