quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Governo pede urgência para fundo de servidor



Autor(es): Cristiane Jungblut
O Globo     -     05/10/2011





Meta é aprovar até novembro a previdência complementar dos funcionários públicos, que tramita no Congresso há 4 anos


BRASÍLIA - O governo pediu urgência constitucional para a discussão do projeto que cria o Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), enviado há quatro anos ao Congresso como prioridade do governo Lula. A presidente Dilma Rousseff enviou à Câmara mensagem para que o projeto seja discutido em regime de urgência constitucional, ou seja, que em 45 dias vá diretamente para votação no plenário. Caso não seja aprovado nas comissões nesse prazo, o projeto passará a trancar a pauta da Câmara em 18 de novembro.

O projeto chegou ao Congresso em fevereiro de 2007 e só recentemente teve sua primeira votação na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara, com a aprovação do substitutivo do deputado Sílvio Costa (PTB-PE). Ainda precisava passar por mais três comissões para ser chancelado definitivamente. A tendência é que, agora, a votação ocorra mais rapidamente, para evitar que a pauta do plenário fique trancada por causa da urgência constitucional.

O projeto cria um Fundo de Previdência único da União, para os servidores de Executivo, Legislativo e Judiciário. O novo sistema vai garantir aposentadorias até o teto do INSS para a iniciativa privada, hoje em R$3,6 mil. Acima disso, o valor pago dependerá das contribuições ao fundo, que será apenas para novos servidores federais e terá alíquota máxima de contribuição de 7,5%.

Para gerir o regime e instituir o plano de benefícios, será criada entidade, com o nome provisório de Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp).

Os atuais servidores poderão migrar para o novo modelo, mas o governo não pretende incentivar essa prática. A Funpresp terá que ser criada em 180 dias pela União e, para o início do fundo, a União poderá fazer um aporte de R$50 milhões.

Líder do governo diz que não haverá mais adiamentos

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ontem que a intenção do governo é votar a proposta e não postergá-la mais:

- É nosso desejo votar até o final de novembro.

Mostrando falta de sintonia com o objetivo do governo, o relator Sílvio Costa (PTB-PE) desconhecia a urgência. Ele quer continuar à frente da discussão:

- Vou pedir para ser o relator em plenário também.

Hoje, servidores ativos e inativos contribuem com uma alíquota de 11% para o seu sistema de seguridade social, mas se aposentam com valores acima do teto do INSS, no caso dos salários maiores. A nova regra estabelece que eles continuarão contribuindo com 11% até o teto do INSS. Acima disso, haverá alíquota de até 7,5% para o fundo.

Segundo dados encaminhados pela área econômica ao Congresso Nacional, o déficit da Previdência pública em 2012 é fixado em 49,8 bilhões, ou 1,10% do PIB. É maior do que o déficit do INSS, estimado em R$47,6 bilhões.

A partir da reforma da Previdência aprovada em 2003, no primeiro ano do governo Lula, os servidores inativos passaram a pagar uma contribuição de 11%. Na União, o número de servidores inativos e pensionistas - civis e militares - chega hoje a cerca de 900 mil.



Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra

Postagem Relacionadas