Jornal Extra
- 26/04/2018
Buenos Aires — O ministro do Planejamento, Esteves Colnago,
afirmou nesta quinta-feira, após participar de um seminário organizado pela
Corporação Andina de Fomento (CAF), que o governo ainda não suspendeu a
possibilidade de um reajuste dos salários dos servidores. Mas reiterou que
“essa é uma das medidas” que o governo poderia adotar “para facilitar o ano de
2019”. Em entrevista com jornalistas brasileiros, em Buenos Aires, o ministro
disse que o rebaixamento da previsão de crescimento para entre 2,7% e 2,8% por
parte do mercado “não nos preocupa, porque é muito próximo dos nossos 3% e
crescimento sempre é bom”.
— O governo ainda não refez as estimativas, o mercado
caminha para algo próximo de 2,7% ou 2,8%… crescimento sempre é bom, não me
preocupa. O importante é a trajetória do crescimento — assegurou o ministro,
que defendeu a importância de dar sinais positivos ao mercado “sendo a reforma
da Previdência a principal” medida, neste sentido.
— Em maio faremos nosso próximo relatório bimestral (sobre
crescimento) e faremos uma revisão sobre a expectativa do governo — comentou
Colnago.
Sobre o reajuste dos servidores, o ministro assegurou que
ainda “não está suspenso”.
— O ano de 2019 será ano desafiador, o governo terá R$ 100
bilhões para financiar obrigações do dia a dia. Hoje temos R$ 128 bilhões, será
um corte de quase 30%. Vamos colocar para o próximo governo e o governo atual
as possibilidades que temos para facilitar 2019. O adiamento do reajuste
salarial seria uma dessas medidas — ampliou o ministro.
Perguntado sobre o projeto de liberação do fundo PIS/Pasep,
independente da idade, Colnago afirmou que “apoiamos a emenda (parlamentar) e
entendemos que tem tudo para ser aprovada”.
— Se todos forem buscar pode chegar a entre R$ 10 e R$ 15
bilhões. Essa é a proposta do relator, que apoiamos. Mas a aprovação depende do
Congresso — frisou.
Sobre o aumento da cotação do dólar, o ministro afirmou que
“o perigoso é a volatilidade, porque cria insegurança para todos os agentes
econômicos”:
— O dólar acima de R$ 3,90, R$ 4,10 são cenários para ter
mais cuidado. Mas temos muitos instrumentos para atuar. Reservas em torno de
US$ 380 bilhões, que é um grande colchão, superávit na balança comercia de US$
65 bilhões, entrada de investimentos diretos em torno de 2,8% do PIB, contra um
déficit em transações de correntes de 0,4% do PIB — explicou o ministro.
Por Janaína Figueiredo, correspondente