Camila Mendonça
Folha de S. Paulo
- 12/12/2011
SÃO PAULO - O projeto
do Orçamento federal para 2012 prevê a contratação de até 55 mil servidores
para o Poder Executivo e a criação de 137 mil cargos.
Apesar de o documento ainda não ter sido aprovado -precisa
passar pelo crivo do Congresso-, a expectativa de especialistas é que o ano que
vem supere 2011, quando foram autorizadas 27 mil vagas.
A proximidade de eventos esportivos no país, como Copa e Olimpíada,
e as eleições devem estimular a abertura de postos no setor público, diz Maria
Thereza Sombra, diretora-executiva da Anpac (Associação Nacional de Proteção e
Apoio aos Concursos).
Na lista de apostas dos cursinhos preparatórios (veja quadro
abaixo), os destaques ficam com Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
"A área de segurança é ponto forte para 2012",
enfatiza Alexandre Lopes, diretor operacional do curso Maxx.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) também está no ranking, apesar de ter promovido seleção neste ano.
O banco informou, em nota, que "é provável que haja
concurso, uma vez que é política manter sempre cadastros de reserva
válidos".
Embora esteja preparando-se para provas de tribunais, Flávia
Coelho Pinto, 28, não descarta um posto no BNDES.
"Não foco um concurso, mas os que têm vaga de analista,
porque, geralmente, as matérias são parecidas."
DESTAQUE
Das expectativas, a mais certa é a do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social).
Segundo o Ministério do Planejamento, os 1.875 cargos,
autorizados em 2011, "serão ocupados em 2012".
Na última seleção, feita em 2008, Fabiano Rapozo, 35,
analista do seguro social, ficou em primeiro lugar na cidade de Duque de Caxias
(RJ).
Ao estudar para esse concurso, como ele já vinha se
preparando para outras seleções, teve de se dedicar mais apenas a uma
disciplina: direito previdenciário.
A analista previdenciária Yone Guimarães, 51, passou no
concurso de 2003. A ideia era conquistar uma vaga de auditora fiscal.
"Entrei e percebi que não tinha o perfil."
Dos órgãos, os Correios disseram que analisam a necessidade
de seleção e o Banco Central afirmou que não há previsão de provas. As demais
instituições não responderam à reportagem.
EXPECTATIVA
Ainda que as vagas para o setor público estejam computadas
no Orçamento, há o risco de que elas não sejam de fato abertas.
"[O concurso] estar previsto não é garantia",
reforça Paulo Estrella, diretor da Academia do Concurso. Assim, os candidatos
devem saber esperar, recomendam professores.
José Baubeta, diretor de RH da Central de Concursos, afirma
que o candidato deve ver a seleção como investimento de médio e longo prazos.
"Quanto mais tempo demorar [a publicação do edital], melhor preparado ele
estará."