Diego Abreu
Correio Braziliense
- 08/05/2012
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, defendeu
ontem que o governo federal conceda reajuste ao Poder Judiciário. O Ministério
Público Federal enviou parecer no fim de abril ao Supremo Tribunal Federal no
qual se manifesta favorável à ação proposta pela Associação Nacional dos
Agentes de Segurança do Poder Judiciário da União, que reclama da não inclusão
do aumento salarial de juízes e servidores dos tribunais no Orçamento Geral da
União de 2012.
“É uma manifestação que examina a questão da
constitucionalidade da maneira como o assunto do orçamento do Judiciário foi
conduzido pela presidente da República. Tendo em vista a autonomia do
Judiciário, a Presidência da República deveria ter encaminhado (o orçamento)
tal como proposto”, afirmou Gurgel.
De acordo com o procurador-geral, a solução é que o Supremo
faça uma “exortação” para que o reajuste seja incorporado à proposta
orçamentária de 2013. No parecer enviado ao Supremo, o MPF não pede a anulação
do orçamento em vigor, uma vez que tal medida “imobilizaria” o Estado brasileiro.
No ano passado, o governo recomendou ao Congresso que não
aprovasse o reajuste do Judiciário, o que causou uma indisposição entre o então
presidente do STF, Cezar Peluso, e integrantes do Poder Executivo.
Gurgel afirmou ontem também que pedirá a abertura de
inquérito contra o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para apurar o
suposto envolvimento dele com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, uma vez que o
próprio tucano pediu a investigação. Em relação ao governador do DF, Agnelo
Queiroz (PT), o procurador observou que há fatos que estão sendo examinados
pela PGR “que poderão vir a motivar novos inquéritos”.
"Tendo em vista a autonomia do Judiciário, a
Presidência da República deveria ter encaminhado (o orçamento) tal como
proposto"
Roberto Gurgel, procurador-geral da República