sábado, 2 de novembro de 2019

Servidor regido pela CLT


Correio Braziliense     -     02/11/2019




Governo estuda contratação de novos servidores pela CLT para reduzir gastos
Reforma administrativa deve propor a contratação de novos funcionários pelo mesmo regime dos trabalhadores privados. Representantes da categoria consideram que proposta afasta a possibilidade de atrair os melhores quadros para o serviço público

Para reduzir o gasto com servidores, estimado em R$ 336,6 bilhões, em 2020, o governo pretende editar um pacote de medidas, com uma profunda reforma administrativa, que inclui da redução de salário de acesso ao serviço público e extinção da estabilidade para novos funcionários à contratação futura pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a exemplo do que acontece na iniciativa privada. A ideia é que os regidos pela CLT, após 10 anos na administração federal, conquistem o direito à estabilidade. Essas medidas contribuiriam para o controle das contas públicas, uma vez que cada servidor custa para a União, em média, R$ 12,5 mil por mês, sendo que os 5% do topo embolsam 12% do total da folha de pagamento, com salário de R$ 26 mil mensais.

Na opinião de Osiane Arieira, presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Superintendência de Seguros Privados (SindSusep), é impossível ter servidores, seja qual for o modelo de gestão, contratados pela CLT. “As funções de Estado são incompatíveis com as práticas do setor privado. Creio que o governo precisa se planejar, o que parece que não está acontecendo”, assinalou.

Segundo Osiane, primeiro, é fundamental fazer os cálculos: nos próximos dois anos, de 30% a 40% de todo o efetivo (cerca de 640 mil ativos federais) vão se aposentar. “A reforma da Previdência já ajustou o tempo de serviço e elevou a contribuição para a aposentadoria. Agora, é preciso avaliar exatamente quantos profissionais serão necessários, na próxima década, diante do avanço da tecnologia. Isso é básico”, afirmou. A estabilidade no serviço público é outro item que sequer merece ser tocado. E a redução do salário de acesso ao serviço público, para o valor do teto da aposentadoria do INSS (R$ 5.839,45), é outra artimanha da equipe econômica, na análise da presidente do SindSusep. “Alguns ajustes podem ser feitos, mas não nessa ordem. Talvez de R$ 15 mil iniciais (salários) para R$ 10 mil, uma queda de 30%”, avaliou.

Quanto ao projeto de reduzir as férias do pessoal do Judiciário e do Ministério Público de 60 dias para 30 dias, Osiane observou apenas “que não consegue entender a fundamentação que permite duas férias por ano”. Florisvaldo Gonçalves, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários da Comissão de Valores Mobiliários (SindCVM), ressalta que, “mesmo que se faça análise de alguns pontos positivos, a reforma é muito perigosa”.

Na opinião dele, a longo prazo, com todas essas ameaças de redução de salário e falta de segurança no emprego público, a administração federal, perderá a capacidade de...



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