O Popular - 07/08/2016
Edifício que abrigava o Comando do Exército e a Secretaria
de Assuntos Estratégicos está 100% vazio desde mudanças
Em meio ao vaivém de autoridades, servidores públicos e
turistas pelos 17 prédios que abrigam parte dos ministérios do governo federal,
em Brasília, a condição de um edifício escapa à correria diária. Há mais de
quatro meses, o bloco O da Esplanada dos Ministérios está vazio e sem uso.
O prédio abrigava o Comando do Exército e a Secretaria de
Assuntos Estratégicos, pasta que foi extinta ainda pela presidente Dilma
Rousseff, hoje afastada de seu cargo, na reforma ministerial de 2015. Os
militares deixaram o local em abril deste ano para ocupar uma nova sede no
Setor Militar Urbano, um dos bairros da capital federal.
De acordo com o Ministério do Planejamento, responsável por
gerenciar os imóveis da União, o prédio foi desativado pela necessidade de
passar por restauração.
A pasta informou que nesta semana será lançada uma licitação
para a reforma completa do edifício, com a modernização dos sistemas de energia
elétrica e da rede hidráulica. A assessoria, porém,
ALGUNS PRÉDIOS DESOCUPADOS E OUTROS MINISTÉRIOS EM LOCAIS
ALUGADOS EXPÕEM A DESORGANIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO
não informou valores para a obra e nem prazos para
conclusão.
A demora para resolver o problema, no entanto, acaba
reforçando uma prática comum da administração pública: a de alugar imóveis
devido à falta de espaços oficiais disponíveis. O caso do Ministério do Esporte
é um dos exemplos. Ele antes funcionava em um dos blocos da Esplanada, mas
tinhas diversos setores internos em outros lugares da capital. Para unificá-lo,
ele funciona agora em um edifício recém-construído localizado a cerca de 6 km
do Congresso Nacional.
O Ministério das Cidades é outro exemplo de pasta que também
ficou de fora da Esplanada. Ele está atualmente em um local destinado a
tribunais e autarquias. O objetivo da reforma do edifício do bloco O da
Esplanada, de acordo com o Planejamento, é modificar a estrutura elétrica para
reduzir em 60% o consumo médio do prédio, com a instalação de sistemas de
gerenciamento e automação da iluminação, da rede óptica e dos sistemas de ar
condicionado.
Na parte hidráulica, o projeto prevê captação de água da
chuva e de drenos de ar condicionado para utilização nos vasos sanitários, que
serão a vácuo. O projeto prevê ainda que o prédio seja 100% acessível, não só
do ponto de vista da mobilidade física, mas também quanto a aspectos visuais,
táteis e sonoros.