quarta-feira, 17 de julho de 2019

Funcionalismo: Entidades de servidores reagem às criticas feitas por Maia à categoria


BSPF     -     17/07/2019




Declarações do presidente da Câmara sobre o funcionalismo e a retomada do Projeto de Lei Complementar nº 116/2017 do Senado foram criticados por representantes da categoria

As declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o funcionalismo e a retomada do Projeto de Lei Complementar nº 116/2017 do Senado foram criticados por representantes da categoria. Na última quarta-feira (10/7), o presidente da Câmara dos Deputados criticou os servidores públicos e exigiu trabalho de qualidade. “Os nossos salários do setor público são 67% do equivalente no setor privado, com estabilidade e pouca produtividade. E é isso que a gente precisa combater. E esse desafio precisamos enfrentar. Um serviço público de qualidade”, afirmou.

O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep) no DF, Oton Pereira Neves, mencionou o desmonte do Estado. Ele destacou que os trabalhadores estão há três anos sem reajuste, diversos vão se aposentar e não há previsão de concursos. Para ele, o projeto avaliará funcionários em más condições de trabalho e servirá para persegui-los.

De acordo com ele, estabilidade não é um privilégio. “Ela serve para garantir que você exerça a função com autonomia, sem estar à mercê do presidente do momento. É um retrocesso enorme em que, com as condições de trabalho dos servidores, o Estado terá cada vez mais dificuldade de exercer o seu papel”, afirmou. “A gente sabe que qualquer governo eleito tem seu projeto, mas tem funções estatais que são perenes. É uma situação de absoluto desmonte. Não temos concurso, estamos há três anos sem reajuste.”

Sobre as declarações de Maia, a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) emitiu uma nota de repúdio contra o parlamentar. Segundo o texto, é leviana “por partir de um político que jamais deu provas de sua produtividade em benefício do cidadão e cuja qualidade legislativa é baixa”; é injusta “porque é o exercício da função que coloca os servidores públicos como entrave às rotineiras tentativas de saquear os cofres públicos”; e grave “por encerrar em si, (...) a chegada do PLS 116/2017 à Câmara, onde deverá tramitar apenso a outra proposição que quer o fim da estabilidade do funcionalismo público”. O texto termina pregando uma reação “forte, rápida e fulminante”, pedindo apoio aos sindicatos, movimentos sociais “e a defesa conjunta de todos os protagonistas do campo da defesa dos direitos dos trabalhadores”.

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do MPU no DF (Sindjus) também divulgou nota de repúdio. Segundo o texto, “ao apontar as despesas públicas como o primeiro ‘monstro’ a ser enfrentado, Maia se esqueceu de dizer o quanto essa reforma custou aos cofres públicos em propaganda e compra de votos. Já foram liberados pelo governo mais de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares”, disse o comunicado. “O ralo do dinheiro público brasileiro tem um nome: corrupção. O inimigo do Estado não é o servidor público, mas os corruptos. A crise financeira do país não é culpa dos servidores, mas de quem utiliza a máquina pública para fins espúrios, pessoais e partidários”, emendou a entidade.

Fonte: Correio Braziliense


Share This

Pellentesque vitae lectus in mauris sollicitudin ornare sit amet eget ligula. Donec pharetra, arcu eu consectetur semper, est nulla sodales risus, vel efficitur orci justo quis tellus. Phasellus sit amet est pharetra